| 07/02/2008 12h04min
Após a campanha "Joga Limpo 2008", a aliança mundial de sindicatos, ONGs e outros grupos criou a "Joga Limpo na Olimpíada". A manifestação afirma que a maioria das roupas esportivas que serão utilizadas nos Jogos de Pequim, assim como produtos com o logotipo do evento, foram fabricados por trabalhadores explorados. Além disso, o grupo pretende fazer pressão sobre as empresas que produzem roupas e calçados do gênero para que controlem a cadeia de produção. As informações são do GloboEsporte.com.
Mas não só as empresas são alvo da campanha. O Comitê Olímpico Internacional e os governos mundiais também estão na mira do grupo, que querem que cada um, em seu âmbito de ação, tome medidas para eliminar ‘a exploração e os abusos a que são submetidos os trabalhadores dessa indústria’. A maioria destes trabalhadores vive na Ásia e são mulheres.
O informe, realizado pelo grupo após ter visitado as principais empresas produtoras, sobretudo na China, mostra que os trabalhadores não têm contratos e que muitos deles são menores. Além disso, as jornadas de trabalham variam entre 12 e 13 horas - além das horas extras -, salários de € 3 diários (o mínimo na China é de € 9,7 por dia) e 26 dias de trabalho por mês sem descanso. O grupo também afirma que os trabalhadores não têm segurança no trabalho, não têm direito a licença maternidade e não possuem sindicato.
O grupo reclama que uma mochila com o logotipo de Pequim, por exemplo, custa € 22 enquanto um trabalhador ganha € 2,36 por dia. A campanha aproveita a proximidade da Olimpíada para denunciar as condições de trabalho e a violação dos direitos humanos. Para o grupo, "o espírito olímpico deve ir além do esporte". Os organizadores da campanha já enviaram ao COI pedidos para que a entidade se posicione quanto ao assunto, mas ainda não receberam resposta.
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