| 13/01/2008 19h57min
Vilão do veraneio para nove entre 10 pessoas que freqüentam o litoral gaúcho nos meses de calor, o Nordestão também tem defensores na praia. Ou melhor, amantes. Se o vento forte espanta banhistas, atrai para a beira-mar outro público: os kitesurfistas.
Imagine uma mistura de vários esportes como wakeboard, surfe e vôo livre, por exemplo. Una a eles o windsurfe. É justamente dessa miscelânea que nasceu o kitesurfe, praticado há cerca de seis anos no Rio Grande do Sul, e que começou agregando adeptos de outras atividades radicais. O Estado já conta com uma federação, criada no ano passado para regulamentar e acompanhar o crescimento da modalidade, e mais de 300 praticantes.
Em Atlântida, no Litoral Norte, entre 15 e 20 atletas aproveitaram o domingo sem sol e de vento forte para colorir com os kites, palavra em inglês para pipa, o céu cinzento da orla nas proximidades da plataforma. Um deles, o arquiteto Lucas Ostergren, de 29 anos, contava com empolgação como conseguiu fazer a vela subir novamente depois de as linhas de vôo terem se enroscado e derrubado o equipamento na água.
– Meu irmão prepara o equipamento de um jeito, eu de outro. Ele usou antes de mim e depois, quando eu estava velejando, as linhas se enroscaram e a pipa caiu. Quando subiu, foi ao contrário e com as linhas enroladas. Baixar ela no meio das ondas na dava, então tive que sair do jeito que deu – disse.
Proprietário de uma loja especializada na venda de equipamentos para kitesurfe, César Tocchetto, 34 anos, também aproveitou o domingo para praticar em Atlântida. Mas desdenhou as quase duas dezenas de companheiros no local.
– Em Osório, já deu mais de 100 pessoas ao mesmo tempo na lagoa. Na Europa, então, nem se fala. Muito mais.
Tocchetto conta que, hoje, durante o verão, vende cerca de seis equipamentos por semana. Mas no começo, quando o kitesurfe ainda era completamente desconhecido nesses pagos, a situação era bem diferente. Hoje já dá para manter a loja na capital e uma escola em Osório.
Sobre os equipamentos, engana-se quem olha para o céu e acha que as pipas são todas iguais. Segundo o empresário, os kites mudam de modelo para modelo.
– É como carro. Um é mais macio, desliza melhor, deixa o salto melhor – explicou.
Há uma diferença básica, é claro: as pipas não poluem!
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