| 26/11/2007 18h24min
A queda de parte da arquibancada da Fonte Nova, que matou sete pessoas no jogo entre Bahia e Vila Nova-GO nesse domingo, pela Série C, poderá custar caro para o clube baiano. O procurador-geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Paulo Schmitt, informou que o clube de Salvador pode perder o mando de 10 jogos na Série B de 2008 e ser multado em até R$ 200 mil.
– Estamos preparando a denúncia contra o Bahia para incluir o clube nos artigos 211 e 213 (do Código Brasileiro de Justiça Desportiva) ainda nesta semana. No 213, a multa é de R$ 10 mil a 200 mil e perda do mando de campo de um a 10 jogos, todos a serem cumpridos pelo Campeonato Brasileiro. No 211, está prevista multa de R$ 1 mil a 10 mil por falta de segurança e ainda interdição do estádio – disse o procurador.
No caso da interdição da Fonte Nova, que já foi ordenada pelo governador da Bahia Jacques Wagner, Schmitt promete uma ação mais urgente. O estádio também poderá ser demolido.
– Vamos entrar ainda nesta semana com um requerimento de liminar para interditar o estádio. O problema da infra-estrutura e falta de segurança foi o que acarretou as mortes.
Estádio é administrado pelo governo baiano
O procurador também não aceita as justificativas de que o Bahia não pode ser punido pelos problemas estruturais da Fonte Nova, já que o estádio é de administração da Superintendência de Desporto do Estado da Bahia (Sudesb).
– Isso é uma choradeira dos clubes que jogam em estádio com administração pública. O poder público não pode ser responsabilizado. Ninguém é obrigado a mandar seus jogos em estádios públicos. O clube vai assumir as responsabilidades – garantiu Schmitt, acrescentando que o Bahia deveria ter feito vistorias no estádio para conhecer as suas condições de infra-estrutura.
Para o procurador, nem os argumentos do superintendente da Sudesb, o ex-meia do Bahia Bobô, de que havia um laudo de 2006 que atestava a segurança da Fonte Nova, são válidos.
– Estão falando a mesma coisa depois de um ano. O laudo não pode ser uma formalidade para dar a capacidade de público. Tem que ser quase uma perícia, inidicar as reais condições do estádio – argumentou.
Invasão também pode ser punida
Contudo, não é somente a queda da arquibancada que deve entrar na pauta do STJD. O procurador-geral também quer punir o Bahia pela invasão dos torcedores após o término da partida, que garantiu o acesso da equipe à segunda divisão nacional. Schmitt relacionou o fato aos ocorridos em 2006, quando a torcida entrou em campo em protesto ao fracasso baiano em subir e ameaçou os jogadores.
– As invasões são idênticas, e estão previstas no artigo 213. O fator agravante desta vez são os problemas de infra-estrutura. E o Bahia usa os mesmo laudos agora, sendo que já foi punido por isso – finalizou Paulo Schmitt.
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