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 | 16/11/2007 15h59min

De Rose diz que Rebeca já estava na mira do antidoping antes do Pan

Médico afirma que foi ele quem solicitou o exame da atleta à Fina

Médico do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e responsável pelo antidoping dos Jogos Pan-Americanos e da Confederação Brasileira de Desporto Aquático (CBDA), Eduardo de Rose, admitiu que já estava tentando realizar exames mais exatos de Rebeca Gusmão há tempos. No último dia 2, a nadadora foi suspensa preventivamente pela Federação Internacional de Natação (Fina) após um exame seu ter dado positivo para testosterona. A amostra foi colhida em um exame surpresa dia 13 de julho, data de início dos Jogos no Rio de Janeiro.

Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo durante o Congresso da Agência Mundial Antidoping, em Madri, na Espanha, o especialista afirmou que o teste foi aplicado a seu pedido e que sua intenção era evitar até que a atleta participasse dos Jogos Pan-Americanos. Durante a competição, Rebeca conquistou quatro medalhas sendo duas de ouro, uma de prata e uma de bronze.

– Por que pedi exame para a Fina? Porque o laboratório de Montreal é especializado em testosterona, tem o sistema mais sofisticado. Queria ver se evitava que ela nadasse, no Pan, para não ter que dar medalha e, depois, tirar medalha – revelou De Rose.

Rebeca já estava sendo investigada pela Corte Arbitral do Esporte (CAS) por um resultado positivo anterior para a mesma substância ocorrido em 2006.

– Não tinha nada errado em 2006. Eu fiz o exame, deu positivo, foi para a Fina e, não sei por que, ela nunca divulgou o resultado. Posso imaginar que houve alguma divergência entre a CBDA e a Fina, mas não sei qual – afirmou o especialista.

Rebeca sempre se defendeu dizendo que a substância aparece em altos níveis em seu organismo porque ela sofre de Síndrome do Ovário Policístico. O exame da Fina, porém, afirma que a testosterona detectada tem origem exógena, isto é, externa ao organismo da atleta.

Há duas semanas, a nadadora também passou a ser investigada pela suspeita de adulteração de amostra depois que um teste constatou a presença de DNAs diferentes em duas das quatro amostras coletadas durante os Jogos no Rio.

– Eu tinha de pegar a Rebeca. Não era questão de honra, mas de justiça. Não tenho nada contra ela, mas não acho certo nadar assim – completou De Rose.

GAZETA PRESS
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