| 11/11/2007 15h17min
Acusada de usar testosterona e com o risco de ser banida do esporte, Rebeca Gusmão voltou a garantir sua inocência. Em entrevista ao Diário de São Paulo durante um treinamento em Brasília, a nadadora repetiu que o índice do hormônio no seu organismo é natural e que seu desenvolvimento físico é conseqüência de um trabalho a longo prazo. Para completar, ainda alega que o resultado positivo do seu exame é interessante para forçar algumas pessoas, sem no entanto citar nomes. Segundo a atleta, o seu empenho em esclarecer que não ingeriu testosterona prova sua inocência.
– Se eu tivesse tomado, assumiria o erro e ficaria dois anos suspensa. Depois voltaria. Não estaria lutando – argumentou Rebeca, primeira brasileira a conquistar um ouro em Pan-Americanos na natação feminina.
A nadadora também acusa pessoas e instituições pela sua situação.
– Minha luta é para provar que o que existe é uma coisa além, por trás. Não posso falar ainda. Mas tem muito interesse por trás disso tudo: político, de grandes instituições e muito dinheiro. O resultado positivo é a conseqüência – disparou.
– A gente não precisa falar em inimigos. Basta ver o que acontece no esporte. A gente tem que parar de ser hipócrita e pensar que essa história de esporte é uma coisa bonita, mas tudo que envolve dinheiro é perigoso. Houve dirigentes e médicos ameaçados de morte – completou.
Para provar que não se dopou, Rebeca nega algumas alterações que a testosterona pode causar.
– Não tenho a voz grossa. A primeira coisa que acontece na mulher que usa anabolizante é a mudança de voz. E as pessoas falam: ‘Não grita, Rebeca! Sua voz é irritante!’ – salientou.
Em relação aos comentários sobre o seu corpo, a brasileira lembra de outros casos de nadadores que ganham massa muscular rapidamente.
– Meu trabalho foi a longo prazo, diferentemente do que as pessoas falam do anabolizante, que tem um resultado em um, dois meses. Ganhei peso em 11 anos. Claro que de 2004 para cá ganhei mais rápido. Quando o (norte-americano Michael) Phelps declarou que ganhou oito, nove quilos de massa, ninguém falou nada – relembrou, contando que sempre foi conhecida pela sua força desde a infância.
– Havia colegas que me chamavam de Bambam – recordou.
Sobre a suspeita de utilizar urina diferente no antidoping, Rebeca prefere adotar o silêncio, mas assegura que não há como burlar o teste desta maneira.
– Hoje, quando se faz um exame, tem sempre uma pessoa que observa. É muito difícil de acontecer. Ali são três, quatro pessoas envolvidas – comentou Rebeca, que também prefere não falar sobre seu exame positivo para testosterona em 2006.
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