| 07/11/2005 12h36min
As autoridades de Pequim proibiram hoje a venda de aves vivas nos mercados da cidade, em meio a queda das vendas de frangos inteiros e peças cruas, já que os consumidores estão com medo da gripe aviária.
– As vendas diminuíram entre 20% e 30% em uma semana. Antes, eram vendidos 500 quilos de frango em um dia, agora não chega a 400 – explica, vendedora de frango no mercado de atacadistas de Baliqiao Ma Keqing.
Os vendedores sofrem os primeiros efeitos da rejeição da carne de frango nos supermercados e nos restaurantes. Embora o vírus não tenha afetado nenhum animal em Pequim, as informações na imprensa assustam a população, que está tomando mais cuidado na hora de consumir carne de frango ou de pato.
O preço da carne também baixou. Segundo Guo, dono de um estabelecimento em Baliqiao, o preço de 500 gramas de peito de frango era antes de US$ 3,5, e agora é de apenas US$ 3.
Apesar do prejuízo, os vendedores de frango não têm medo de continuar sua atividade, já que "sempre que houver um certificado de qualidade, não há problema". Quem lucra com a situação são os vendedores de carne de ovelha e de coelho, com aumento nas vendas dos produtos.
Pequim já adotou medidas drásticas, como o fechamento dos mercados, o aumento da vigilância, a vacinação obrigatória de todas as aves (20,6 milhões dos 23,8 milhões já estão vacinadas) e o rígido controle sobre suas fronteiras com as províncias vizinhas, para evitar o contato de pessoas com os animais vivos.
O posto de vigilância de BaiMiao inspeciona diariamente cerca de 30 caminhões que trazem frangos vivos à Capital, que depende muito do exterior para alimentar seus 13 milhões de habitantes.
Atualmente, só três empresas, todas estatais, podem importar frangos vivos. No entanto, se submetem a inspeções na fronteira de Pequim, onde seus funcionários são borrifados com desinfetante por operários que vestem trajes especiais.
AGÊNCIA EFE