| 07/11/2005 10h31min
O custo econômico de uma possível pandemia global da gripe aviária seria muito superior ao infligido em 2003 ao sudeste asiático pela Síndrome Respiratória Aguda Severa (Sars), que deixou 800 mortos e uma perda do Produto Interno Bruto da região de 2%, afirmou hoje o Banco Mundial (BM).
– Uma perda de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) global durante uma pandemia de gripe representaria cerca de US$ 200 bilhões em um único trimestre e US$ 800 bilhões em um ano – afirmou hoje Milan Brahmbhatt, economista-chefe do BM para a Ásia Oriental e o Pacífico.
Especialistas participam de conferência que a Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras instituições internacionais realizam em Genebra para traçar uma estratégia global de luta contra uma possível pandemia global da gripe aviária em pessoas.
Na reunião, advertiu-se que um surto epidêmico global da doença teria enormes custos econômicos, políticos e sociais, muito mais “amplo e intenso do que o causado pela Sars”, segundo o Banco Mundial.
Cenário de pandemia global em humanos já criado pela OMS estima entre 2 e 7,4 milhões de vítimas mortais.
– Os cenários são cientificamente válidos – destacou o economista, lembrando que algo similar já ocorreu quando aconteceu o surto da Sars há dois anos.
– Se transferirmos a taxa de mortalidade associada à gripe de 1918 à população atual, nos Estados Unidos poderia haver 1,7 milhão de mortes e, em nível global, entre 180 e 360 milhões – completou.
Por enquanto, o sacrifício de aves já teve um impacto nas economias regionais avaliado em torno de 0,6% do PIB em países como Vietnã e Tailândia e de 2% em outros como Filipinas, embora a média gire em torno de 1%.
– O impacto nas economias desses países foi estimado em mais de US$ 10 bilhões. Só no Sudeste Asiático em 2004 previa-se que um foco epidêmico na região reduziria seu PIB em 1,5%, além de que 200 milhões de produtores teriam afetados seu modo de vida – afirmou Samuel Jutzi, diretor da divisão de produção anual da Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
AGÊNCIA EFE