| 06/10/2005 11h18min
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios vai montar uma força-tarefa com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Banco Central, a Secretaria de Previdência Complementar (SPC) e a Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) para investigar as operações feitas por fundos de pensão que estão sob suspeita de terem colaborado com o mensalão. A ação foi articulada pelo deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), subrelator designado para tratar do assunto, e pelo presidente da CPI, Delcidio Amaral (PT-MS).
A proposta é de que técnicos atuem como uma força auxiliar de investigação, trabalhando em conjunto com auditores que já atuam CPI e com uma consultoria que deve ser contratada pelo Senado para ajudar na análise dos dados. No caso dos fundos, deve ser formado ainda um consórcio entre as empresas de auditoria Moore Stephens e Villas Rodil, que já conversaram com os parlamentares.
Os alvos da CPI são as operações feitas por 10 fundos de pensão ligados a estatais com títulos pós-fixados, os investimentos feitos nos bancos BMG e Rural e os realizados com as 11 corretoras que tiveram o sigilo bancário quebrado na terça pela CPI. A vantagem da força-tarefa é que, além do resultado da quebra de sigilo e das informações enviadas pelo Ministério da Previdência, as investigações poderão contar com os procedimentos administrativos já instaurados pela CVM, pelo SPC e pela BM&F para apurar supostas irregularidades cometidas por fundos.
Enquanto parlamentares da comissão discordam da importância da contratação de uma empresa de auditoria, a CPI também enfrenta dificuldade para contratar uma empresa. Os membros da comissão já se reuniram com representantes das auditorias da PriceWaterhouse, da KPMG e da Boucinhas & Campos. Contudo, as empresas seriam impedidas de trabalhar para a CPI por já estarem atuando para envolvidos nas investigações. Ontem, entretanto, iniciou-se os entendimentos para que a Ernest & Young comece a atuar junto a CPI.
AGÊNCIA O GLOBO