| 28/09/2005 12h59min
Apesar de admitir não ter chance à vaga pela presidência, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) subiu à tribuna como candidato e usou parte de seu tempo para atacar o referendo do desarmamento.
– Não podemos admitir passivamente que essa campanha maldosa e covarde pelo sim continue a ocupar a mídia – afirmou.
Mesmo antes de discursar, Jair Bolsonaro (PP-RJ) afirmou que manteria a sua candidatura ao cargo, mas que votaria em Ciro Nogueira (PP-PI).
– O meu partido tem um candidato e estamos unidos com ele – disse.
Na disputa de fevereiro à presidência da Câmara, Bolsonaro teve dois votos: o dele e o de Fraga (sem partido-DF). Para Bolsonaro, a disputa está favorável a Ciro Nogueira, que teria "apoio total do PP", uma vez que Francisco Dornelles (PP-RJ) e Vanderlei Assis (PP-SP) desistiram da disputa.
No começo de seu discurso, Jair Bolsonaro leu uma entrevista publicada em 1993 com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com o jornalista Milton Neves. De acordo com Bolsonaro, Lula teria dito que Fernando Collor ao invés de construir um governo fez um quadrilha. O político carioca afirmou que o atual presidente deveria se espelhar nesse episódio.
Ele atacou o governo, ao qual acusou de liberar recursos para comprar votos para as matérias de seu interesse. Bolsonaro também atacou o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, o deputado Eduardo Greenhalgh (PT-SP) e o Movimento dos Sem Terra (MST) por apoiarem a campanha do desarmamento.
Bolsonaro começou o discurso dizendo que o fato de Aldo Rebelo (PCdoB-SP) ter sido arrolado como testemunha do deputado José Dirceu (PT-SP) no Conselho de Ética põe sobre ele a suspeição de que ajudaria o ex-ministro da Casa Civil. Bolsonaro disse que não tem objeções pessoais a Aldo Rebelo, apenas o fato de ele ser candidato do governo e filosofou:
– Pode o coronel ser muito bom, mas se o general assim não o é, o batalhão atira para a retaguarda.
AGÊNCIA O GLOBO