| 28/09/2005 12h14min
Logo na largada de seu discurso, José Thomaz Nonô (PFL-AL) deixou explícito que não deverá facilitar a vida do governo se for eleito para a presidência da Câmara. Nonô fez um histórico de seus 23 anos de mandato e, de olho nos indecisos da base aliada, disse que oposição e governo devem conviver com respeito recíproco, citando o exemplo da França, e chamou de "descerebrados" os que acreditam que o consenso só pode ser feito dentro do governo.
– Sou oposição, não fujo a essa palavra, porque não sou ditador, nem fascista, sou um democrata. Só os pouco decerebrados podem entender que o consenso só pode ser feito dentro do governo – afirmou.
Nonô disse que governo e oposição precisam superar os problemas porque senão todos serão "trucidados" nas eleições de 2006. O pefelista prometeu trabalhar para votar as medidas provisórias que trancam a Casa e fazer um rodízio saudável nas relatorias.
Nonô disse ainda que atualmente a harmonia não é a tônica entre os poderes. Além disso, afirmou que não prometerá nada messiânico para solucianar a crise na Casa, mas buscará superá-la, assim como o Executivo tem tentado fazer.
O representante do PFL agradeceu a Alagoas, sua terra natal. Ao término de seu pronunciamento, disse:
– Deputado Michel Temer, não traio, não apunhá-lo.
Temer abriu mão da sua candidatura para apoiar Nonô. O candidato do PFL foi o único a exceder o tempo de 15 minutos. Então, concluiu o pronunciamento mesmo sem falar ao microfone.