| 27/09/2005 14h53min
Luciano Maglia, ex-gerente financeiro da Villimpress, Indústria e Comércio Gráficos, explicou hoje, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos, que foram emitidas mensalmente entre 2000 e 2002 notas de transações entre a Villimpress e a Leão Leão, empresa de coleta de lixo de Ribeirão Preto (SP). As transações foram feitas entre 2000 e 2002 com valores que variavam de R$ 25 a R$ 30 mil.
Segundo Maglia, os negócios tinham como objetivo angariar fundos para as campanhas eleitorais do PT, tendo sido utilizados inclusive na campanha que elegeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002.
A Leão e Leão foi citada anteriormente pelo advogado Rogério Buratti. Em depoimento, Buratti acusou o atual ministro da Fazenda, Antônio Palocci, de receber propina da empresa quando este era prefeito de Ribeirão Preto (SP). A empresa coletora de lixo pagaria R$ 50 mil mensais ao ex-prefeito que seriam repassados ao ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.
Hoje, Maglia explicou que boletos emitidos pela Villimpress à Leão e Leão eram enviados para vários bancos e utilizavam o esquema irregular de caixa dois, ou seja, dinheiro não contabilizado e não declarado à Justiça Eleitoral. O depoente contou que havia uma operação chamada PF, que significava "pedido por fora", utilizada para efetuar parte das operações irregulares entre as empresas.
Conforme o ex-gerente, as empresas só faziam negócios em época de eleição. Ele cita que as principais autoridades públicas envolvidas nesse esquema eram Juscelino Antonio Dourado, então secretário da Casa Civil da prefeitura de Ribeirão Preto (SP) na gestão de Antonio Palocci, e Donizete de Carvalho Rosa, ex-secretário municipal de Ribeirão Preto (SP) também na gestão de Palocci.
O depoimento de Maglia foi suspenso às 14h para almoço dos parlamentares e deve ser retomado em seguida. O próximo depoente será Donizete de Carvalho Rosa, ex-secretário municipal de Ribeirão Preto na gestão de Palocci. Rosa é atualmente diretor-superintendente do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), ligado ao Ministério da Fazenda e considerada a maior empresa pública de prestação de serviços em tecnologia da informação do país.
AGÊNCIAS CÂMARA E SENADO