| 23/09/2005 14h40min
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) contestou hoje os índices de crescimento econômico anunciados pelo governo e afirmou que a corrupção é a principal causa das "medíocres" taxas tão comemoradas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em discurso na tribuna, o senador, baseado numa tabela da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal), disse ainda que o Brasil puxou para baixo o crescimento da América Latina, e que deverá continuar a figurar em último lugar no ranking dos 10 países da América do Sul, como ocorreu entre 2002 e 2004, período analisado pela Cepal.
Dias destacou que, em relação aos 20 países da América Latina, o Brasil só ficou à frente de El Salvador, Guatemala, República Dominicana e Haiti.
– Será essa a razão da euforia do presidente Lula ao comemorar o crescimento econômico alcançado no seu governo? O nosso país cresce pouco, aquém das possibilidades, e a corrupção é a principal causa dessa contenção no processo de crescimento econômico de um país tão rico como o nosso – afirmou o senador.
Ao comparar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Alvaro Dias reconheceu que os índices de crescimento do governo anterior também foram insuficientes, mas, naquele período, segundo ele, optou-se pela estabilidade da economia e a preparação do Brasil para um salto no crescimento econômico, que só não ocorreu, na opinião do senador, por causa da eleição de Lula para a Presidência da República.
Segundo Alvaro Dias, a análise das taxas de crescimento anuais mostra que o Brasil cresceu em proporção maior que a América do Sul e que a América Latina entre 1999 e 2002. Em 2001 e 2002, segundo o senador, o Brasil chegou a crescer 1,3 e 1,9 respectivamente, apesar da retração do Produto Interno Bruto (PIB) nessas regiões. Somente em 2003 e 2004, de acordo com o parlamentar, o Brasil cresceu "bem menos que os países vizinhos".
– Todo exercício de comparar as taxas de crescimento do governo Lula com as taxas de crescimento do governo FHC, excluindo o contexto internacional, é inócuo e, ao mesmo tempo, tendencioso – afirmou Alvaro Dias.
AGÊNCIA SENADO