| 21/09/2005 07h36min
Em depoimento a portas fechadas às CPIs dos Bingos, dos Correios e do Mensalão, o doleiro Antonio Oliveira Claramunt, o Toninho da Barcelona, disse que após a eleição de Severino Cavalcanti (PP-PE) para o comando da Câmara, ocorrida em fevereiro, o PT pagou R$ 8 milhões para garantir o apoio do novo presidente da Casa e de seu partido. A declaração foi divulgada por deputados e senadores. O interrogatório foi tornado secreto depois de Barcelona ter dito que não poderia fazer certas afirmações perante as CPIs por ter medo de complicar sua situação jurídica.
– Ele contou que o dinheiro serviu para adquirir o Severino – afirmou o líder do PFL no Senado, José Agripino Maia (RN).
Segundo os parlamentares, Barcelona disse que o acerto entre PT e PP teria sido fechado nos meses de abril e maio. Os R$ 8 milhões teriam sido entregues de uma vez só ao líder do PP na Câmara, José Janene (PR). Toninho contou ter tomado conhecimento da operação por intermédio de outro doleiro, Najun Turner, com quem dividiu uma cela este ano.
O dinheiro, segundo os parlamentares, teria saído de duas fontes manipuladas pelo empresário Marcos Valério de Souza: a corretora Bonus-Bonval, que repassou R$ 5 milhões, e o doleiro Dario Messa, que providenciou os R$ 3 milhões restantes.
Barcelona confirmou ter feito uma operação de R$ 7 milhões para o PT e acusou Messa de ser o principal operador de câmbio do partido. Ele disse ainda que o deputado José Mentor (PT-SP), relator da CPI do Banestado, impediu que depusesse à comissão:
– Ele sabia que eu tinha colaborado na campanha de 2002. Devia estar com medo de que aparecesse algum problema ligado ao PT.
ZERO HORA