Na reunião desta segunda-feira com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, se queixou de perseguição e pediu que seus aliados não fossem prejudicados. Segundo o ministro de Relações Institucionais, Jaques Wagner, Lula prometeu manter os indicados por Severino.

O ministro disse ainda que Lula fez questão de deixar claro que a sucessão na Câmara deveria ser resolvida pela própria Casa, mas a certa altura da conversa quis saber de Severino quem ele consideraria ideal para sucedê-lo. Sem rodeios, Severino citou amigos que já fazem parte da Mesa Diretora da Câmara, como Ciro Nogueira (PP-PI), João Caldas (PL-AL) e Nilton Capixaba (PTB-RO).

Jaques Wagner afirmou ainda que Severino teria dito ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que só lhe sobram duas opções: enfrentar o processo de cassação ou renunciar ao mandato. Segundo o ministro, Severino deixou a entender que deve optar pela renúncia, mas não disse quando deve anunciar a decisão. Jaques Wagner disse ainda que Lula voltou a dizer que cabe a Severino tomar a decisão.

– O presidente Severino colocou que se considera injustiçado, que vai tentar provar a sua inocência, mas que deve optar por uma "refrigerada" (saída) da cena política agora, pretendendo voltar mais adiante. Houve um diálogo entre o presidente Severino e o presidente Lula, onde ele colocou o quadro, a situação dele. Ele disse que tinha duas opções: enfrentar o processo ou renunciar. E deu a entender que estava mais próximo da segunda. Mas não saiu daqui dizendo vou fazê-lo hoje, amanhã ou depois. O presidente deixou claro que essa era questão muito de foro íntimo para ele opinar  0150 disse Jaques Wagner.