Em entrevista ao blog de Jorge Bastos Moreno, do Globo Online, o presidente da Câmara Federal, Severino Cavalcanti, deixou claro hoje que não pretende renunciar ao mandato e disparou contra seus adversários políticos. O parlamentar desafiou ainda a imprensa a vasculhar o seu patrimônio.

–  Hoje, eu digo: não renuncio, vou lutar pelo meu mandato até o fim. Se eu enfrentar o processo de cassação, eu ganho no plenário – disse o parlamentar.

O político relatou ter se recusado a conversar com o empresário Sebastião Buani antes da apresentação do cheque à Polícia Federal e à imprensa. De acordo com o parlamentar, um amigo de Buani teria tentado intermediar uma conversa entre os dois.

Para se defender das denúncias do dono do restaurante Fiorella, Severino disse que os depoimentos do acusador apresentam contradições que não estariam sendo mostradas pela imprensa. O presidente da Câmara aponta que primeiro Buani afirmou que o mensalinho começou em 2003, mas depois apresentou um cheque de julho de 2002. Severino explicou que o valor foi de empréstimo a juros concedido ao seu filho, Severino Cavalcanti Júnior, que morreu às vésperas das eleições de outubro de 2002 em um acidente. Júnior era candidato a deputado estadual.

– Ele (o filho) deve ter tomado emprestado esse dinheiro para pagar o material de campanha. Eu não sabia desse cheque, mas assumo o que meu filho fez – disse.

O parlamentar inocentou a sua secretária Gabriela Martins, que teria recebido um cheque de R$ 7,5 mil de Buani. 

– Ela não tem nada com a história. Ela é uma funcionária dedicada, que vive honestamente.

Para o parlamentar, as denúncias envolvendo o seu nome têm relação com a reportagem publicada no dia 30 de agosto na qual ele declarou que caixa dois não justificava cassação.

– Tudo começou por causa daquela minha entrevista à Folha de S. Paulo, quando eu tive a coragem de dizer o que eu achava desse processo todo – afirmou.

Além de atacar o PFL e o PSDB, que diz serem os seus algozes, Severino dispara ainda contra o presidente do PPS, Roberto Freire. O PP vai entrar com representação contra ele pedindo sua cassação, segundo o deputado federal. Severino alega que o PPS recebeu 300 mil de Marcos Valério para a campanha do Ciro Gomes.