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 | 14/09/2005 16h52min

Deputados colhem assinaturas pelo afastamento de Severino

Presidente da Câmara ainda resiste em renunciar ao comando da Casa

Os deputados Yeda Crusius (PSDB-RS), Rafael Guerra (PSDB-MG), Julio Semeghini (PSDB-SP) e Fernando Gabeira (PV-RJ) começaram na tarde de hoje a colher assinaturas de parlamentares pelo afastamento temporário do presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE). O abaixo-assinado foi elaborado pelo grupo Pró-Congresso (movimento Brasil Verdade), formado por 105 parlamentares de oito partidos para "resgatar a imagem do Poder Legislativo".

Os parlamentares pedem o afastamento de Severino até o fim das investigações sobre as denúncias de que o presidente da Câmara teria recebido propina do empresário Sebastião Augusto Buani para renovar a concessão do restaurante do 10º andar do anexo 4. O presidente da Câmara nega as acusações e afirma que é vítima de fraude.

A deputada Yeda Crusius declarou que os partidos de oposição devem entrar com pedido de cassação da liminar do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspende o processo disciplinar contra os deputados petistas João Paulo Cunha (SP), Josias Gomes (BA), Professor Luizinho (SP), Paulo Rocha (PA), José Mentor (SP) e João Magno (MG). Eles foram acusados de quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética pelas CPIs do Mensalão e dos Correios.

Depois de se reunir com Severino, o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse que ele resiste em renunciar ao comando da Casa, mas tomou a iniciativa de dizer que "está pronto para fazer o melhor para o Brasil". Os líderes da base aliada aconselharam Severino a renunciar à presidência, o que levaria a novas eleições em cinco sessões, mas o líder do PT lembrou que a decisão cabe a Severino. 

Segundo o deputado João Caldas (PL-AL), Severino insiste que o dinheiro que recebeu do empresário Sebastião Augusto Buani foi um empréstimo para campanha de um filho que já morreu e que os R$ 690 escritos no verso do cheque seriam referentes a juros do empréstimo. João Caldas disse que a situação de Severino piorou muito e afirmou que nem "se Jesus baixasse conseguiria justificar o cheque".

No final da tarde, líderes partidários retornam à residência oficial da Câmara dos Deputados para discutir novamente com o presidente Severino Cavalcanti a situação política depois do aparecimento do cheque de R$ 7,5 mil em nome da secretária dele, Gabriela Kênia S. Martins.

Estavam presentes no encontro no início desta tarde o líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP); do PL, Sandro Mabel (GO); do PP, José Janene (PR); e também os deputados Aldo Rebelo (PCdoB-SP), Renildo Calheiros (PCdoB-PE), Fernando Ferro (PT-PE) e o 4º secretário da Câmara, deputado João Caldas (PL-AL).

AGÊNCIA O GLOBO
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