| 29/08/2005 09h23min
As plataformas de extração de petróleo no golfo do México foram desocupadas diante da proximidade do furacão Katrina, o que provocou uma nova alta nos preços do petróleo. Pelo menos seis empresas ordenaram no domingo a remoção de seus funcionários de plataformas que estão diretamente na trajetória do furacão, o que significará a perda de uma capacidade de refino de um milhão de barris diários, segundo fontes da indústria.
Fontes da Chevrontexaco afirmaram que a retirada de seus 2.100 trabalhadores no leste e no centro do golfo do México foi completada durante o fim de semana ao se confirmar o inesperado aumento na periculosidade do furacão. O grupo Royal Dutch-Shell informou que no sábado removeu mais de mil trabalhadores e manteve em operação só os que estão na região mais ocidental do golfo.
Em seu site, a Shell informou que, como conseqüência do fechamento temporário de suas instalações e plataformas, perderá uma produção de 420 mil barris diários e de 1,35 milhão de pés cúbicos diários de gás natural.
A Exxon Mobil anunciou que suspendeu a produção de mais de três mil barris diários de petróleo e de cerca de 50 milhões de pés cúbicos de gás natural.
A direção do porto petrolífero de Luisiana, que recebe a carga dos navios-tanque, também removeu seus funcionários e suspendeu os trabalhos de descarga no sábado. Este porto, o maior terminal portuário do país, recebe cerca de 11% das importações de petróleos para os Estados Unidos.
A paralisação dos trabalhos nas plataformas teve efeito imediato na cotação do petróleo nas transações eletrônicas no mercado de Nova York, onde no domingo o barril subiu US$ 4,67 e superou a barreira dos US$ 70 ao ser cotado a US$ 70,80, segundo fontes financeiras.
A alta ocorreu quando o furacão avançava pelo golfo do México, aproximando-se dos estados de Louisiana, Mississippi e Alabama com ventos de mais de 200 Km/h, o que poderia ter "conseqüências catastróficas", segundo o Centro Nacional de Furacões (CNH) em Miami.
Em setembro de 2004, a mesma área foi atingida pelo furacão Ivan, que causou grandes prejuízos, danificando a produção petrolífera durante vários meses. Especialistas prevêem que o impacto do Katrina poderia ser pior.
AGÊNCIA EFE