| 15/08/2005 20h19min
Há um consenso entre os bispos da Igreja Católica no Brasil sobre a falta de conveniência de um eventual pedido de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Essa posição foi defendida nesta segunda-feira, em entrevista coletiva, pelos três bispos escalados para falar em nome da 43ª Assembléia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que termina quarta, em Itaici, no município de Indaiatuba (SP).
– Há possibilidade sim de impeachment, mas não há probabilidade. Há um consenso entre os bispos de que não é o caso – resumiu dom Demétrio Valentini, bispo de Jales (SP), autor da proposta da declaração sobre a crise atual, que defende a apuração dos fatos pela Polícia Federal, pelo Ministério Público e pelas CPIs.
Dom Aldo Di Cillo Pagotto, arcebispo de João Pessoa (PB), acredita que a desestabilização de Lula seria um "desastre social" para o país, mas criticou a forma como o presidente enfrenta a crise.
– Quem está conduzindo todo esse processo está empurrando com a barriga – disse.
O terceiro bispo a falar em nome da CNBB, dom Itamar Vian, arcebispo de Feira de Santana (BA), lembrou que Lula foi o primeiro presidente a visitar uma Assembléia da CNBB, logo depois da posse, em 2003, e também o primeiro a enviar uma carta aos bispos, mostrando na semana passada sua preocupação com a crise. Segundo ele, Lula merece confiança.
– O presidente procura agir com sinceridade, com autenticidade. Devemos continuar acreditando nessa pessoal em vez de buscar outros caminhos –defendeu.
AGÊNCIA O GLOBO