| 14/08/2005 17h07min
As investigações e análises da CPI dos Correios apontam para uma diferença de quase R$ 3 milhões entre o que Valério recebeu dos bancos e usou para abastecer as contas de partidos governistas e deputados ligados ao PT. De acordo com a edição de hoje do jornal O Globo, a descoberta destrói a versão apresentada pelo empresário Marcos Valério e pelo ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares de que todo o dinheiro é resultado de empréstimos no BMG e no Banco Rural. Agora, os parlamentares querem desvendar qual é a origem da quantia.
Conforme Valério, os empréstimos contraídos somam R$ 55,217 milhões. Contudo, o empresário informou ter pagado aos políticos R$ 55,691 milhões.
A CPI descobriu que Valério contabilizou entre suas receitas R$ 2,268 milhões — valor que, segundo integrantes da CPI, não poderia ter sido repassado a políticos por ter sido usado para saldar encargos da operação feita por outra empresa de Valério, a Grafitti, no banco no dia 28 de janeiro de 2004. Para pagar esse débito, o empresário usou parte do empréstimo de R$ 3,516 milhões tomado pela SMP&B no dia 14 de julho de 2004 no BMG.
Os técnicos da CPI concluem, portanto, que Valério teria disponível para distribuir a políticos R$ 52,949 milhões saídos dos empréstimos bancários. Mas o próprio empresário afirma ter pago R$ 55,691 milhões para os políticos, além dos R$ 180 mil da Bonus Banval e não contabilizados por Valério como repasse à empresa usado pelo esquema político, segundo o jornal.