| 12/08/2005 20h31min
O pronunciamento de Luiz Inácio Lula da Silva à nação hoje foi alvo de críticas não só da oposição, mas de setores do próprio PT. O presidente chegou a ser classificado como corajoso e como covarde pela mesma fala. Antes de dar início à reunião ministerial, Lula pediu desculpas por erros do PT e eventuais erros no governo e disse estar indignado com as revelações acerca de esquemas de financiamentos ilegais de campanha e de suposta corrupção envolvendo o Congresso Nacional e estatais.
Senadores do PFL e do PSDB disseram que o pronunciamento não foi convincente.
– Foi um discurso pífio, que não apontou o nome dos corruptos – criticou o tucano Arthur Virgílio (AM).
O presidente do PT, Tarso Genro, saiu em defesa do presidente, dizendo que o discurso desta sexta serviu apenas para abrir um debate com a sociedade.
– Se o pronunciamento for tratado como um comunicado que encerra o assunto, evidentemente, é insuficiente – respondeu Tarso a quem esperava mais rigor de Lula.
Uma das coisas que mais suscitou críticas foi o fato de Lula não ter se referido ao publicitário Duda Mendonça, que ampliou a crise política ao confirmar, em depoimento à CPI dos Correios, ontem, a existência de caixa dois para a campanha petista de 2002. Duda também confirmou o uso de uma conta nas Bahamas para receber dinheiro vindo de empresas de Marcos Valério de Souza.
A sexta começou com Lula tendo seu nome envolvido em outra denúncia. O ex-deputado do PL Valdemar Costa Neto garantiu, em entrevista à revista Época, que o presidente sabia do preço exigido pelo PL para dar apoio ao PT nas eleições de 2002: R$ 10 milhões.