| 27/07/2005 12h21min
O presidente do PT, Tarso Genro, reagiu hoje às declarações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de que a Comissão Parlamentar de Inquérito dos Correios corre o risco de desviar o foco ao ampliar demais as investigações. Tarso disse que FH, com a afirmação, parece não querer examinar a questão da corrupção sistêmica no Brasil, ressaltando que não foi com o PT que as irregularidades começaram.
Em um recado aos tucanos, Tarso afirmou que o PT não pode ser julgado pela conduta de alguns militantes, assim como o PSDB não pode ser julgado pelos acontecimentos em Minas Gerais. No Estado, empresas de Marcos Valério repassaram recursos para a campanha do candidato tucano ao governo mineiro em 1998, o hoje senador Eduardo Azeredo.
- Não podemos ter essa visão foquista que está colocando o ex-presidente Fernando Henrique. Pode parecer que FH coloca que tem que ter foco para não ter que examinar a questão da corrupção sistêmica no Brasil. A visão foquista pode parecer um habeas corpus preventivo no plano da política. Não é correto isso. Se é verdade que o PT não tem o monopólio da virtude, também a conduta de alguns militares do PT não foi o que inaugurou as irregularidades ou ilegalidades nesse país - afirmou.
Tarso disse ainda que é preciso investigar tudo com parcimônia, sem prejulgamentos. O presidente nacional do PT ressaltou que a investigação deve ser ampla, abrangendo todos os focos de corrupção no país.
Os comentários de Tarso Genro ocorreram após uma reunião que ele teve nesta manhã com o ministro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social e da Coordenação Política, Jaques Wagner, no Palácio do Planalto. Tarso viaja com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o Rio Grande do Sul, na sua última viagem como ministro. Ele entrega o cargo a Fernando Haddad na próxima sexta.
As informações são da Globo Online.