| 26/07/2005 20h01min
O presidente licenciado do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ), será ouvido na próxima quarta, dia 3, pela Comissão Parlamentar mista de Inquérito (CPI) do Mensalão. A informação é do vice-presidente da CPI, deputado Paulo Pimenta (PT-RS).
Nesta semana, os integrantes da comissão estão analisando documentos e, nos próximos dias, devem resolver duas polêmicas: o período de abrangência das investigações e a permanência ou não do deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG) na relatoria da comissão.
Quanto à abrangência das investigações, os deputados da base governista defendem o recuo a 1995, início do governo Fernando Henrique Cardoso. A idéia é incluir as negociações para a aprovação da emenda que permitiu a reeleição do ex-presidente.
Para Paulo Pimenta, todas as denúncias surgidas até agora devem ser investigadas. Ele acredita que os sigilos de Marcos Valério devem ser conhecidos a partir de anos anteriores, uma vez que a CPI dos Correios investiga apenas o período de 2000 a 2005.
– Parece razoável que a CPI (do Mensalão) peça que esse sigilo seja quebrado a partir de 95, para que possamos receber informações da campanha de 96 até a campanha de 98, que elegeu deputados, senadores e governadores.
Já a oposição prefere que a CPI investigue as denúncias atuais. O sub-relator de Movimentação Financeira da CPI dos Correios, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), ressalta que um erro não justifica o outro.
–O PT tem que tomar cuidado para isso não parecer revanche. Essa investigação começou com uma denúncia de corrupção neste governo. Desviar o foco deste caso concreto é uma tentativa de restringir a investigação. Não há dificuldade com relação à extensão, como nós estamos fazendo na CPI dos Correios, à medida que os fatos vão surgindo vão sendo investigados, independentemente de governo e de ano.
A outra polêmica na CPI do Mensalão é a permanência ou não do relator Ibrahim Abi-Ackel. Segundo reportagem da revista Época do último dia 25, o deputado teria recebido de Marcos Valério contribuições para a campanha de 1998, no valor de R$ 50 mil. Em nota, o deputado Ibrahim Abi-Ackel afirma que a contribuição foi feita pelo setor financeiro da campanha de Eduardo Azeredo e Clésio Andrade, candidatos a governador e vice-governador de Minas em 1998. Conforme a nota, o depósito foi efetuado por ordem de Cláudio Mourão, responsável pelas finanças da campanha, por meio da agência de publicidade SMP&B, de Marcos Valério. Na ocasião, o deputado ressalta que não pesava qualquer suspeita sobre a empresa. Ibrahim Abi-Ackel destaca também que jamais conheceu, nem conhece, Marcos Valério.
As informações são da Agência Câmara