| 16/12/2001 21h08min
Em declarações feitas neste domingo, dia 16, a um canal de TV a cabo de Buenos Aires, secretário-geral da Presidência, Nicolás Gallo, defendeu a possibilidade de adotar a dolarização da economia. Gallo disse que somente a adoção do dólar poderá afastar o fantasma da desvalorização e argumentou que esta "é a tendência" no mundo. Gallo também criticou os defensores da desvalorização por considerar a alternativa "uma perversão conceitual".
O presidente da União Cívica Radical (UCR) e também governador da província de Chaco, Angel Rozas, criticou duramente as declarações do secretário. Roza disse que o partido do governo desaprova essa medida por considera-la a pior de todas, e condenou o atual sistema de câmbio fixo, com paridade um dólar para um peso. Uma pesquisa do Ibope mostrou que 75,6% dos argentinos ainda preferem manter a conversibilidade. Já 59,2% consideraram provável ou muito provável que a Argentina incorra no descumprimento de suas obrigações externas (default), enquanto 38% descartam essa idéia. Uma evolução "ruim ou muito ruim" da crise foi prognosticada por 49,5% dos entrevistados. Só 18,3% expressaram expectativas positivas.
Nesta segunda-feira, dia 17, o projeto do Orçamento de 2002 será apresentado ao Congresso. O governo terá de enfrentar uma batalha para a aprovação, por causa dos cortes extras exigidos pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para liberação de uma parcela de US$ 1,26 bilhão. Os ajustes devem chegar a 15% em relação ao deste ano.