| 20/07/2005 14h10min
O Brasil condicionou a reabertura de seu mercado interno às carnes e ao gado do Paraguai à visita de uma missão técnica ao país para inspecionar as condições de seu rebanho, afirmou nesta hoje o Ministério de Agricultura e Pecuária.
A compra de carne com osso e desossada, fresca ou congelada, animais vivos para reprodução, sêmen e embriões, além de outros produtos de origem bovina do Paraguai, só será realizada após uma análise nesse lugar, explicou o Ministério em comunicado.
"A importação deve atender os requisitos sanitários definidos pelo Brasil", acrescenta o documento.
Entre estas normas se inclui a exigência de que os estabelecimentos exportadores sejam habilitados pelo Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério de Agricultura e Pecuária do Brasil e pelo Serviço Nacional de Qualidade e Saúde Animal do Paraguai (Senacsa).
A autorização prévia do governo brasileiro só requeria a inspeção do Senacsa.
O tema foi discutido ontem em reunião entre autoridades brasileiras e empresários da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Carne Bovina do Brasil.
O diretor do programa de saúde animal do Ministério, Inácio Kroetz, disse que a circular do escritório que autorizou a importação desses produtos ainda está vigente.
Os empresários brasileiros pedem ao governo maiores restrições à carne paraguaia e alegam que a libertação pode prejudicar os interesses do gado local.
O presidente da câmara de empresários do setor, Antenor Nogueira, disse que estão pedindo que o Brasil exija ao Paraguai que os animais sejam rastreados para fazer um rastreamento completo da carne.
Na semana passada o governo do Brasil autorizou a entrada em seu território de carne de porco e gado do Paraguai com fins reprodutivos, após dois anos de embargo.
A permissão exclui a entrada de animais vivos destinados ao consumo e não vale para o estado de Santa Catarina, que é considerado livre de aftosa sem vacinação.
A medida é um reconhecimento do status do Paraguai como país livre de febre aftosa com vacinação, outorgado pela Organização Mundial de Saúde Animal, segundo o comunicado.
Em julho de 2003, o Brasil suspendeu a importação de gado e carne do Paraguai, fresca ou processada, em resposta a um surto de febre aftosa perto da fronteira do Paraguai com Bolívia e Argentina.
As informações são da agência EFE.