| 02/07/2005 18h50min
O secretário de Finanças do PT, Delúbio Soares, divulgou no final da tarde deste sábado uma nota à imprensa na tentativa de explicar o empréstimo de R$ 2,4 milhões obtido pelo partido junto ao Banco de Minas Gerais (BMG). O empréstimo, realizado em fevereiro de 2003, teve como avalista o publicitário Marcos Valério, dono das agências SMP&B e DNA, de Belo Horizonte.
Na nota, Delúbio admite que deu uma informação equivocada ao presidente do partido, José Genoino, sobre o empréstimo com o aval do publicitário. Inicialmente, Genoino negava que Valério fosse avalista de empréstimo ao PT. Contudo, o esclarecimento de Delúbio não explica como Genoino também assinou o contrato de empréstimo como avalista, ao lado de Delúbio e Marcos Valério.
O secretário do PT confirma que fez o empréstimo porque o PT precisava do dinheiro e, como o partido não tinha patrimônio suficiente para bancar o financiamento, ele recorreu ao publicitário para ser avalista. Delúbio confirma também que Valério pagou, no dia 1º de julho de 2004, R$ 349.927,53 somente a titulo de juros, pois o partido também não teve condições financeiras de honrar.
Leia a íntegra da nota de Delúbio Soares à imprensa:
"Em relação à reportagem da revista Veja, sobre o empréstimo do PT com o BMG, esclareço:
1. Quando indagado pelo presidente José Genoino, sexta-feira (1º/7), sobre os avais dos empréstimos do PT, ative-me às operações celebradas com o Banco Rural, até então mencionadas pela imprensa nas últimas semanas. Transmiti ao presidente uma informação incompleta e, portanto, equivocada. Por meio desta nota esclareço questões referentes ao empréstimo do PT junto ao BMG - Banco de Minas Gerais.
2. No início de 2003, o Partido dos Trabalhadores necessitou de recursos para fazer frente aos seus compromissos financeiros, vindo a celebrar um empréstimo de R$ 2,4 milhões junto ao BMG, com previsão de pagamento em julho daquele ano.
3. Para a concretização da operação, o banco exigiu avais de terceiros, a começar pelos dirigentes que, no ato, assinavam pelo Partido, Delúbio Soares de Castro e José Genoino Neto.
4. Como nosso patrimônio é notoriamente insuficiente para garantir uma dívida desse valor, o BMG exigiu aval de pessoa com patrimônio compatível, tendo Marcos Valério Fernandes de Souza concordado em nos dar essa garantia.
5. O PT não conseguiu cumprir a obrigação assumida, tendo "rolado" a dívida, com pagamentos parciais e prorrogações de vencimento.
6. Em 1º de julho de 2004, o PT se comprometeu a pagar de pronto juros no valor de R$ 349.927,53, que também não teve condições financeiras de honrar.
7. Em razão de sua responsabilidade como avalista, Marcos Valério Fernandes de Souza realizou esse pagamento ao Banco, ficando credor dessa importância junto ao PT.
8. Face à impossibilidade de verificar os documentos contábeis ou consultar o BMG neste fim-de-semana, solicitaremos ao Banco na segunda-feira todos os extratos referentes à operação."
As informações são da Globo Online.