| 02/07/2005 10h07min
Reportagem publicada ne edição da revista Veja que chega às bancas neste sábado, dia 2, revela que o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, apontado pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) como o operador do mensalão, foi avalista de um empréstimo de R$ 2,4 milhões do BMG, em Belo Horizonte, ao PT em 2003.
Anteriormente Valério afirmara não ter sido avalista do PT em nenhum empréstimo, nem ter relações próximas com o PT, mas registros do Banco Central mostram a ligação entre o publicitário e o partido. O empréstimo, feito em 17 de fevereiro de 2003, teve outros dois avalistas, além de Valério: Delúbio Soares, tesoureiro do PT, e José Genoino, presidente nacional do partido.
O próprio Genoino confirmou neste sábado a existência do empréstimo. Confirmou ainda que a dívida do PT com o BMG ainda não foi paga. Portanto, Valério ainda é avalista do partido.
– Quero deixar claro que um empréstimo bancário com avalista faz parte das regras comeciais. Já ordenei à secretaria de finanças que o Delúbio apresente todos documentos, todas as propostas, todos os contratos e as declarações da prestação de contas do PT, que serão divulgados para a imprensa. Ele vai dar todas informações necessárias sobre isso hoje (sábado) ainda – declarou em entrevista à Rádio CBN.
Conforme Veja, não haveria nada de ilegal na operação, se uma das fontes de renda da SMP&B, agência de Valério que avalizou o empréstimo, não fosse o governo federal, comandado pelo PT. Isso levanta a possibilidade de os quase R$ 350 mil de uma parcela da dívida paga pela agência terem saído dos cofres públicos. Após uma passagem pela conta da SMP&B, teriam terminado no caixa do PT.
Ao ser questionado sobre isso, Genoino disse saber apenas que Valério é avalista do empréstimo e voltou a dizer que Delúbio Soares esclarecerá o caso numa nota a ser divulgada ainda neste sábado.
Veja afirma ainda que o empréstimo do BMG ao PT só foi liberado depois que Marcos Valério levou dirigentes do banco para uma reunião com o deputado José Dirceu (PT-SP), na época ainda ministro da Casa Civil. Em seu depoimento à Polícia Federal Valério afirmou nunca ter tido um encontro pessoal nem oficial com Dirceu.
As informações são do Globo Online.