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 | 27/06/2005 19h47min

Temer diz que maioria do PMDB é contra proposta de Lula

Presidente da sigla discute com Sarney e Calheiros forma de consultar filiados

O presidente do PMDB, Michel Temer (SP), disse hoje que, apesar de ainda não haver uma decisão final, a maioria do PMDB é contrária à ampliação da participação do partido no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

– A posição majoritária é pela não aceitação dos cargos. Basta dizer que ao sair do almoço com o presidente eu recebi telefonemas dos diretórios, de governadores, fiz algumas ligações e a resposta era de não participar do governo – afirmou Temer.

Na última sexta-feira, o presidente Lula fez um convite formal ao PMDB para a formação de um governo de coalizão com a ampliação do espaço do partido no primeiro escalão, de modo a garantir um apoio estável no Congresso em meio à crise política. Ainda nesta noite, Temer vai se reunir com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e seu antecessor, José Sarney (PMDB-AP), para definir como será feita a consulta formal ao partido para decidir sobre a proposta de Lula.

Qualquer que seja a forma de consulta, Temer disse que o partido quer decidir o quanto antes porque entende a necessidade que Lula tem de uma resposta rápida. O deputado acha, porém, que o melhor mecanismo para a consulta é uma convenção nacional, o que levaria a decisão para a próxima semana.

Mais cedo, 20 dos 23 senadores do PMDB divulgaram uma nota de apoio à proposta de Lula. Ao comentar o resultado de suas sondagens informais, Temer aproveitou para alfinetar o presidente Lula.

– Seria melhor que se fizesse a coalizão desde o início do governo, como foi acertado em dezembro de 2002 – disse o presidente do PMDB.

Em dezembro de 2002, José Dirceu negociou a participação do PMDB no futuro governo Lula por meio de dois ministérios, mas o presidente eleito desautorizou o acordo na última hora. Com a perspectiva de vir a ocupar esse espaço mais à frente, o PMDB garantiu um forte apoio a Lula no Congresso, especialmente no segundo semestre de 2003. Depois de obter os ministérios na reforma de janeiro de 2004, no entanto, esse apoio foi, pouco a pouco, tornando-se cada vez mais instável, principalmente na Câmara dos Deputados.

As informações são da agência Reuters.

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