| 23/06/2005 18h55min
O dono da Comercial Alvorada de Manufaturados (Comam), Antonio Velasco, revelou mais pagamentos feitos pelo sócio, Artur Waschek Neto, a acusados de envolvimento na gravação da fita em que o ex-chefe do Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios Maurício Marinho aparece recebendo R$ 3 mil. Na fita, Marinho ainda detalha um suposto esquema de corrupção na estatal.
O depoimento de Velasco, prestado na tarde desta quinta à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios, durou cerca de duas hora. Segundo o empresário, Jairo Martins e Joel Santos Filho receberam pelo menos R$ 3 mil cada. O dinheiro teria saído da empresa, contabilizado no nome de Waschek Neto.
Velasco ainda afirmou que há cerca de 30 dias, sua empresa teria feito um empréstimo de R$ 27 mil ao militar da reserva Arlindo Molina Gonçalves. O beneficiado foi acusado pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) de ser um araponga que tentou chantageá-lo com a fita em que Marinho aparece recebendo dinheiro e falando sobre corrupção nos Correios. Ainda segundo Velasco, o empréstimo contabilizado pela empresa teria sido feito porque Gonçalves estava em dificuldades financeiras.
De acordo com parlamentares, a informação significa uma reviravolta na situação do sócio de Velasco, Artur Waschek Neto. O deputado José Eduardo Cardoso (PT-SP) acredita que o dinheiro tenha sido usado para pagar Gonçalves por algum outro serviço escuso não-identificado. Ainda segundo Cardoso, a informação contradiz o depoimento de Waschek Neto, que garantiu manter apenas uma relação de amizade com Gonçalves.
O vice-líder do PSDB Eduardo Paes (RJ) também acredita em interesses escusos na ligação entre Gonçalves e Waschek. Paes e Cardoso consideram fundamental que a CPI ouça logo o depoimento do ex-militar.
O sócio de Waschek Neto afirmou que não participou das gravações que flagraram Marinho. O dono da Comam disse que sequer ficou sabendo previamente que as gravações seriam feitas. Velasco declarou que desconhece envolvimento de seu sócio com qualquer autoridade do governo. De acordo com ele, Waschek Neto freqüenta todos os restaurantes de Brasília, mas não se encontra com pessoas com poder de decisão nessas ocasiões.
As informações são da Agência Câmara.