| 14/06/2005 18h08min
O deputado federal Roberto Jefferson justificou, nesta terça, dia 14, que não registrou na Justiça eleitoral os R$ 4 milhões do PT em doação para a campanha de 2004 porque não recebeu o dinheiro como presidente do PTB.
– Recebi a doação como cidadão Roberto Jefferson, não como presidente do PTB. Não quero envolver meu partido, não posso envolver o meu partido. Quero prestar conta como o cidadão Roberto Jefferson - disse o presidente do PTB em depoimento à Comissão de Ética.
A justificativa foi em resposta ao questionamento do deputado Orlando Fantazzini (PT-SP). Roberto Jefferson não emitiu bônus eleitoral ao receber R$ 2,2 milhões e posteriomente mais R$ 1,8 milhões.
Jefferson não respondeu ao questionamento do deputado Edmar Moreira (PL-MG) sobre se a verba que o PTB recebeu no ano passado para as eleições não era o mesmo que o mensalão. O deputado também perguntou quais foram os critérios de divisão e quais deputados receberam os R$ 4 milhões do PT. Essa questão também não foi respondida.
Quanto ao “mensalão”, o deputado disse que o presidente e o tesoureiro do PT, José Genoino e Delúbio Soares, teriam dito a ele que o partido que menos pediu verba foi o PTB. Jefferson repetiu que não quer generalizar as denúncias de recebimento de mesada, ressalvando que o deputado Edmar Moreira é uma das exceções.
Ao responder ao deputado João Fontes (PDT-SE), em depoimento ao Conselho de Ética, Roberto Jefferson (PTB-RJ) disse que não denunciou de imediato o comandante Molina, que o procurou para contar que sabia da gravação nos Correios, porque o considerou um "lobistazinho qualquer", e que é comum no Congresso "inventarem histórias sobre gravações". O comandante Molina é citado por Jefferson como um "araponga" que o teria chantageado sobre a existência da gravação e que tentara negociá-la em troca de favorecimento em contratos nos Correios. Com informações da Globo Online e Agência Câmara.