| 14/06/2005 08h16min
Com o governo abalado pela crise política, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconhece a necessidade de realizar uma reformulação em sua equipe para contornar a turbulência. O entendimento é do governador do Acre, Jorge Viana, que participou na noite desta segunda, dia 13, do programa Roda Viva da TV Cultura.
– O presidente sabe que é preciso fazer mexidas necessárias, tomar medidas com a energia necessária para combater a crise – afirmou.
Em reunião de coordenação no Palácio do Planalto, Lula admitiu que a reforma ministerial poderia se tornar inevitável num futuro próximo, apesar de não considerar o atual momento propício. A crise aprofundou-se com as denúncias feitas pelo presidente do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ), contra o PT. Ele apontou um suposto esquema de pagamento de mesadas para parlamentares do PP e do PL.
O governador do Acre admitiu que o governo ficou "um pouco atordoado" com as denúncias, mas enfatizou que o país não pode ficar refém dessas alegações. Viana estaria cotado para substituir o ministro José Dirceu na Casa Civil.
– Estamos acertando o tom só agora. O PT não vai conviver e não convive com corrupção – enfatizou.
Para Viana, a crise é apropriada para adotar um novo modelo de governabilidade, que se oponha à obtenção de maioria estável no Congresso através de vagas em ministérios e de cargos importantes no Executivo. Ele sugeriu que se façam alianças temáticas em torno de consensos políticos entre parlamentares dos diferentes partidos.
– Esse modelo se esgotou. Não se pode usar cargos como barganha política, isso cria governos paralelos nos ministérios – observou.
As informações são da agência Reuters.
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