| 08/06/2005 07h38min
O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, quebrou o silêncio que tem mantido desde que chegou à Europa, no último domingo, para defender a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em meio à crise que abate o governo após a entrevista do deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), na qual ele acusa o PT de pagar mensalão para parlamentares do PP e do PL, Dirceu disse ser a favor de mais quatro anos de mandato para que sejam consolidados os programas sociais petistas. Segundo as denúncias, ele teria sido informado sobre os pagamentos em 2004. O chefe da Casa Civil deu entrevista ao jornal espanhol El País.
– O governo pode seguir atuando. Mas, dito isso, há que se trabalhar para eleger Lula. O programa de modernização política e o sistema de proteção social requerem quatro anos mais de Lula – afirmou o ministro em entrevista ao jornal, publicada nessa terça.
Dirceu não foi questionado a respeito do mensalão, mas sobre as denúncias de corrupção envolvendo partidos da base aliada do governo. O ministro concedeu entrevistas a jornalistas espanhóis ontem pela manhã. Desde que a Folha de S. Paulo publicou a entrevista de Jefferson, o ministro tem se negado a conversar com os repórteres brasileiros.
– Falo apenas no Brasil – repetiu nessa terça, ao ser abordado em Madri e Lisboa, onde chegou no final da tarde.
Mesmo na Europa, Dirceu manteve o contato direto com o Palácio do Planalto. Disse a interlocutores que preferia falar apenas na volta ao Brasil para se colocar a par, com mais detalhes, das repercussões e da própria estratégia do governo para enfrentar a crise.
– A oposição quer antecipar agora mesmo a agenda eleitoral. Isso encurta o mandato. Estamos acostumados a ter eleições municipais e de governadores a cada dois anos – completou Dirceu.
As informações são do jornal Zero Hora.