| 06/06/2005 18h53min
Policiais da Bolívia atiraram bombas de gás lacrimogêneo contra manifestantes que usaram pedras e pequenas cargas de dinamite nesta segunda, dia 6, em uma manifestação realizada por milhares de pessoas em La Paz, capital do país, para exigir a nacionalização dos recursos energéticos do país.
Manifestantes de origem indígena, mineiros e estudantes realizaram uma passeata com faixas nas quais se liam mensagens como Nacionalização Agora e O Povo Exige a Nacionalização. Os participantes do protesto prometeram continuar com os bloqueios de estradas responsáveis por provocar uma falta de gasolina e de comida em La Paz.
Os bloqueios já duram duas semanas. A fumaça produzida por pneus em chamas espalhava-se pelas ruas estreitas da capital enquanto os manifestantes esquivavam-se da polícia e contra-atacavam com estilingues.
A mais recente onda de protestos começou na Bolívia depois de o Congresso ter aprovado uma lei que elevou os tributos cobrados de empresas estrangeiras de petróleo e de gás. A decisão frustrou a maioria pobre do país, de origem indígena e que deseja usar parte dos lucros a serem obtidos com os recursos energéticos para melhorar a distribuição de renda. Segundo os manifestantes, esse dinheiro, até agora, beneficiou apenas a elite do país, de origem européia.
O presidente Carlos Mesa, além dos manifestantes favoráveis à nacionalização do setor energético, enfrenta a insatisfação das ricas províncias do Leste, que querem mais autonomia. Tentando amenizar as tensões, Mesa marcou para 16 de outubro eleições para uma constituinte e também convocou um plebiscito a respeito da autonomia regional da Província de Santa Cruz. O Congresso, que ainda não se manifestou sobre as medidas, suspendeu sua sessão de segunda-feira.
As informações são da agência Reuters.
Imagens dos protestos na Bolívia