| 08/05/2005 21h07min
Os países árabes e da América do Sul ratificaram neste domingo, dia 8, os principais pontos de uma declaração conjunta da qual Estados Unidos e Israel não gostaram devido a sua referência ao direito dos povos de se defender legitimamente de agressões estrangeiras, disseram fontes diplomáticas.
Embaixadores e vice-ministros das Relações Exteriores discutiram as linhas finais do documento de 13 pontos que deverá ser ratificado na segunda-feira, em reunião de chanceleres dos 34 países representados nesta primeira cúpula entre as duas regiões.
No documento, os funcionários deixaram apenas alguns pontos para serem definidos por seus chanceleres na terça-feira, entre eles uma reafirmação da soberania da Argentina sobre as ilhas Malvinas, uma decisão sobre a periodicidade desta cúpula e como e quais autoridades participarão das próximas edições, se presidentes ou chanceleres, explicaram as fontes.
A principal polêmica na discussão a portas fechadas é a referência ao direito dos povos de se defender de agressões estrangeiras, de acordo com o artigo 51 da declaração da Organização das Nações Unidas (ONU). O documento discutido no domingo segue as linhas de uma carta feita em Marraquesh, Marrocos, em março pelos ministros de Exteriores dos dois blocos. A árdua negociação desse texto colocou em evidência as divergências dos blocos sobre temas essenciais, como o terrorismo e o conflito palestino-israelense.
Uma minuta daquele documento despertou preocupações entre autoridades e representantes da direita dos Estados Unidos e no governo de Israel, que interpretaram a referência como um possível estímulo a grupos terroristas que agem em nações como o Iraque e nos territórios palestinos.
Pelo lado sul-americano, a principal objeção a este ponto surgiu da delegação da Colômbia, país que enfrenta um intenso conflito interno que deixou pelo menos 50 mil mortos nas últimas duas décadas.
No final do dia, a delegação argentina apresentou um capítulo para ser incluído no documento, em resposta à inclusão das Malvinas e outras ilhas do Atlântico Sul, sob controle britânico e cuja soberania é pedida pela Argentina, entre os territórios sujeitos à Constituição da União Européia. Brasil e Argentina tinham manifestado seus protestos contra o que classificaram como um atentado contra a soberania argentina.
As informações são da agência EFE.