| 23/04/2005 18h31min
Embalado pela conquista do tetracampeonato gaúcho e pela boa participação na Copa do Brasil, o Inter estréia neste domingo no Campeonato Brasileiro, diante do Botafogo, com a obrigação de fazer uma boa campanha. As contratações e a manutenção da equipe de 2004 injetaram otimismo na torcida. A cobrança, portanto, será equivalente. Qualquer posição abaixo da zona de classificação para a Libertadores soará como retumbante fracasso.
Foram nada menos do que seis as contratações feitas pelo Inter no início da temporada. Desembarcaram em Porto Alegre o zagueiro Índio, o lateral Pedro, os volantes Tinga e Augusto Recife, o meia Jorge Wagner e o centroavante Souza. Além deles, o colorado trouxe da África os nigerianos Anubi e Obinna, fechando o grupo com o acréscimo dos volantes Perdigão e Edmílson, destaques do 15 de Novembro no Gauchão, e do atacante Gustavo, do Glória.
Depois de um começo de ano bastante preocupante, o técnico Muricy Ramalho conseguiu encaixar os novos jogadores na equipe, ajustou o esquema tático e deu um padrão de jogo ao time. Com a seqüência de jogos e de treinamentos, a equipe chega à principal competição da temporada prestes a atingir o entrosamento ideal e o ápice do condicionamento físico.
Entre os torcedores, a opinião é praticamente unânime: a direção colorada montou um grupo como há muito não se via no Beira-Rio, capaz de brigar por títulos além do Mampituba. Ano passado, o clube chegou perto. Foi semifinalista da Copa Sul-Americana, arrastando uma multidão de torcedores entusiasmados até a distante Buenos Aires para o confronto contra o Boca Juniors. Mas as verdadeiras aspirações do Inter, da torcida ao presidente, estão bem além da Sul-Americana.
– Vamos buscar de forma incessante todas as competições. Todas! Todas! Vamos ganhar todos os jogos no Beira-Rio. Todos! Isso precisa ficar gravado na nossa memória – discursou o presidente Fernando Carvalho, em janeiro, durante a apresentação do plantel.
O recado foi dado e é bom que os jogadores não tenham se esquecido dele. Há mais de 10 anos sem conquistar um título de projeção nacional, o Inter está pronto para decolar. Se não levantar vôo, direção, técnico e jogadores ficarão marcados pelo fracasso.