| 11/03/2005 12h58min
Chapéus, bonés, sombrinhas, guarda-chuvas e material coletado nos estandes. Com estes apetrechos, os visitantes da Expodireto Cotrijal 2005 se defenderam nesta quinta, dia 10, do sol escaldante que tomou conta do parque em Não-Me-Toque. Ao sol o calor superava 40ºC. Mesmo assim 31,2 mil pessoas prestigiaram a feira, fazendo com que o público presente nos quatro dias totalizasse 101,9 mil.
O presidente da Cooperativa Tritícola Mista Alto Jacuí (Cotrijal), Nei Mânica, admitiu, ao anunciar os números, que dificilmente nesta sexta, último dia da mostra, o público encoste nas 140,2 mil pessoas do ano passado. A meta inicial era chegar a 150 mil visitantes.
Sem querer falar em números definitivos, Mânica reconheceu que poderão não alcançar os R$ 230 milhões do ano passado. Mas destacou o desempenho do setor de aviação e o de irrigação.
– Podemos não atingir os objetivos, mas as cooperativas devem lotar esse parque, mostrando que estamos unidos na adversidade.
Um dos destaques na programação foi a palestra enfocando o aproveitamento do resíduo da soja como adubo no plantio de trigo, que inicia-se em maio em Santa Rosa e vai até julho em Vacaria. A alternativa foi apresentada pelo diretor-geral da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Trigo, Erivelton Roman.
Segundo Roman, a utilização do resíduo é capaz de reduzir em R$ 250 o custo da lavoura – o produtor diminuiria a utilização de adubo comercial, cujo preço oscila hoje entre R$ 800 a R$ 1 mil. A redução é significativa na medida em que o custo da lavoura de trigo, atualmente, é de R$ 600.
Para o diretor da Embrapa o produtor de trigo terá dois sentimentos no próximo plantio: ou não planta por ter perdido boa parte da safra de verão, ou resolve semear para tentar algum lucro no ano. Outro fator que poderia desmotivar o produtor a plantar seria a atual cotação do trigo.
No ano passado os estoques remanescentes chegaram a 614 milhões de
toneladas. Com isso o preço da tonelada no
mercado internacional caiu de US$ 170 a tonelada no ano passado para US$ 109 a tonelada atualmente.