| 08/03/2005 07h35min
Uma tradição da Sexta-feira Santa deve ser prejudicada, este ano, pela seca na região. Muitos açudes do interior de Santa Maria secaram e a produção de peixes diminuiu. Segundo a Emater, a queda pode chegar a 30%.
O principal sintoma na mesa da população que aprecia o sabor dos peixes de água doce será uma possível falta do produto na Feira do Peixe Vivo, que ocorrerá de 22 a 25 de março, na Gare. Na Semana Santa do ano passado, foram vendidas na feira 20 toneladas de carpa – a principal espécie criada na região. Direto nas propriedades, foram mais oito toneladas.
A feira vende peixes vivos porque, dessa maneira, é mais garantida a qualidade do produto. De acordo com o técnico agrícola da Emater Edson Blini, este ano devem ser oferecidas 10 toneladas a menos. Treze produtores participam da feira.
A preocupação da Emater é saber em que condições os peixes estão sendo congelados para a venda. Uma alternativa segura, conforme Blini, será o consumidor recorrer ao peixe industrializado.
Outra conseqüência da falta de peixes poderá ser o aumento no preço ao consumidor. Uma elevação já ocorreu, mas, segundo o presidente da Associação dos Piscicultores da Região Centro (Apicentro), Paulo Chuster, não por culpa da estiagem. Ele afirma que os custos de produção aumentaram.
O quilo das carpas húngara, prateada e cabeça-grande estará R$ 0,30 mais caro na feira deste ano em relação à Semana Santa do ano passado, passando de R$ 3,50 para R$ 3,80 – um reajuste de 8%.
Chuster diz que esta é a pior estiagem desde 1986. A queda na produção causará prejuízos por dois anos, tempo que os peixes levam para crescer.
MARCOS FONSECA/DIÁRIO DE SANTA MARIA