| 12/09/2001 19h15min
Enquanto a população norte-americana ainda chora a perda de milhares de vidas nos ataques a Nova York e Washington, o Departamento de Estado está pronto para agir contra os terroristas. Ainda que com uma aparente serenidade no rosto, o secretário Colin Powell, um dos maiores estrategistas de guerra do planeta, foi claro no começo da tarde dessa quarta-feira. Powell afirmou que o país só aguarda por um OK da Organização das Nações Unidas, a ONU, para colocar em prática o plano para aniquiliar o terrorismo mundial. Por tabela, é claro, o revide pretende recuperar o orgulho americano, ferido com a derrubada do World Trade Center e com o ataque ao Pentágono. A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em Bruxelas, já anunciou apoio aos Estados Unidos. A ONU, porém, ainda não se manifestou. Powell está otimista quanto à resposta da ONU, que prevê em seu artigo 5º que em caso de ataque contra algum dos países-membros seja permitida a união bélica de todas as nações aliadas para combater o inimigo – quando este é conhecido. O problema é que Powell admitiu – pelo menos publicamente – desconhecer a autoria dos atentados, mesmo que o secretário de Estado quase não consiga despistar que o alvo número tem nome e endereço: Osama bin Laden, escondido no Afeganistão. Com a esperada permissão da ONU, Powell terá o que precisa. Aí poderá disparar mísseis sobre alvos que, por enquanto, são secretos. Mas quando o secretário avisou que poderá não ser "politicamente correto", deixou no ar a certeza de que muita bomba vai estourar. Só falta o OK da ONU.