| 18/05/2001 12h04min
O coordenador dos Programas de Pós-graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e especialista na questão energética, Luís Pinguelli Rosa, afirmou que o governo federal acordou tarde para o problema da geração de energia no Brasil. Segundo o professor, não há soluções milagrosas para a crise e o governo ainda não conseguiu definir o que será menos doloroso para o país. Mas acredita que os consumidores estão sendo duplamente penalizados. Isso porque pagam tarifas para garantir o fornecimento de energia e agora têm de enfrentar o racionamento devido à falta de oferta. A crise atual seria resultado da política de privatizações adotada pelo governo principalmente a partir de 1999. Para ele, os grupos estrangeiros que compraram as empresas de geração e transmissão de energia vieram para o Brasil e assumiram o compromisso com consumidor. Mas não pensaram em arcar com prejuízos. Rosa advertiu que se o governo não adotar novas políticas no setor, haverá uma crise ainda pior daqui a dois anos. Para o professor, é necessário conservar energia e usar outras fontes, como o gás natural. A última seria uma solução a médio prazo, já que as geradoras levam dois anos, em média, para entrarem em operação. Ele acredita que os programas de racionamento poderão dar resultados em semanas ou poucos meses.