| 18/05/2001 07h32min
O método de cálculo da inflação oficial não acusará o impacto da cobrança de tarifas mais elevadas de quem não economizar energia, que deve ser anunciado nesta sexta-feira. A tarifa punitiva para quem consumir mais de 250 kwh por mês, valor usado como referência nos estudos do governo, não será captada pelo Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA) por ficar acima da conta de energia padrão usada no cálculo. O IPCA é utilizado pelo governo para acompanhar a meta de inflação. Se o índice fosse afetado pelas novas tarifas, a meta do ano poderia ficar comprometida e o Banco Central (BC) seria obrigado a elevar os juros para controlar a pressão sobre preços. As preocupações da equipe econômica passam a ser com os efeitos indiretos da poupança forçada de energia. De acordo com fontes do governo, é muito difícil estimar com precisão o impacto indireto do racionamento sobre preços, o que obriga o BC a orientar a política de juros conform os sinais de reação à nova condição de oferta de energia.