| 17/05/2001 19h44min
O secretário de Agricultura de Santa Catarina, Odacir Zonta, pediu na tarde desta quinta-feira explicações ao Ministério da Agricultura para a liberação de uma carga de quatro toneladas de carne com osso de ovelha vinda do Rio Grande do Sul. Na manhã dessa quarta-feira, a carga pertencente à Frangosul e com origem em uma unidade de Caxias do Sul passou sem restrição numa das barreiras sanitárias existentes na divisa dos dois Estados. Os técnicos catarinenses não teriam barrado o produto por que o transportador teria apresentado uma declaração da fiscalização federal que a carne havia sido abatida em 31 de maio de 2000, muito antes da volta dos focos gaúchos de febre aftosa. A mercadoria chegou a ser retida em Rio Negro, na divisa com o Paraná, até ter passagem livre para Limeira (SP). Zonta recebeu a declaração e achou estranho o procedimento. Mesmo assim, o fiscal do Estado deveria ter recusado a carga, conforme a proibição em vigor para ingresso de carne com osso e animais vivos. – O caso serve de alerta para corrigir o comportamento da barreira e do Ministério – destaca o secretário. O delegado do Ministério no Estado, Roberto Zimmermann, esclarece que a fiscalização catarinense é a responsável pela aplicação da norma. Poderia ter apreendido o lote ou mandado de volta o caminhão para Caxias do Sul. Zimmermann sugere que a flexibilidade ocorreu na equipe da barreira. O Serviço de Inspeção Federal (SIF), conforme o delegado, faz a sua parte que é liberar a carne regular. A suspeita de sabotagem contra o rebanho de Santa Catarina, levantada pelo governador Esperidião Amin nesta quinta-feira, em Brasília, foi amenizada por Zonta. A manifestação de Amin seria uma indicação de temor sobre os efeitos do não cumprimento das medidas de combate à doença prevista no Programa Nacional de Erradicação da Aftosa.