| 16/05/2001 18h01min
Uma carga de 4 mil quilos de paleta e pernil de ovelha proveniente de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, foi está retida em Rio Negro, na divisa de Santa Catarina com o Paraná. A carne com osso, proibida de sair do território gaúcho desde o registro de novos focos de febre aftosa, havia passado sem restrição no começo da manhã desta quarta-feira pela fiscalização sanitária catarinense na divisa gaúcha, numa barreira existente na BR-116. A carga avaliada em R$ 14,5 mil pertence à Frangosul e havia saído da unidade da agroindústria localizada em Ana Reck, em Caxias do Sul, na Serra gaúcha. O destino era a unidade da empresa em Limeira, São Paulo. O presidente da Companhia de Desenvolvimento Agrícola (Cidasc), Fernando Driessen, disse que o fiscal teria autorizado o ingresso da carga, que também incluía 23 mil quilos de frango, por que o motorista apresentou guias com o carimbo do Serviço de Inspeção Federal (SIF), ligado ao Ministério da Agricultura. A flexibilidade na barreira de Santa Catarina não foi a mesma no lado paranaense. O fiscal Paulo Roberto de Oliveira, da Secretaria de Agricultura do Estado, foi irredutível e não reconheceu o carimbo da SIF. A carga de frango tinha o carimbo da Cidasc e nenhuma restrição porque o produto não é vetado. O caminhão dirigido pelo motorista Rodrigo Santos despontou em Rio Negro, primeira cidade do Paraná, vizinha á catarine Mafra, por volta de 11h. – Estranhei o carimbo da SIF. O motorista disse que uma das três vias havia ficado com a fiscalização de SC. Aqui, só passa se tiver autorização da minha chefia. A ordem é não deixar entrar nenhuma carne com osso vinda do Rio Grande do Sul– descreve Oliveira. É a primeira vez que uma carga proibida chega ao posto no plantão feito pelo fiscal. Mas ele diz que já ouviu colegas comentarem que houve outros casos. Durante a tarde, Oliveira conta que recebeu um fax da Frangosul no qual a empresa informa a procedência e que o abate teria ocorrido antes de maio de 2000. O fiscal paranaense estranhou já que o carimbo da SIF é de 14 de maio deste ano. O fax é assinado pelo veterinário Gerson Arley Suszek. O carregamento está parado no posto até agora. Fernando Driessen justifica que o fiscal da barreira catarinense ficou sem ação ante o carimbo da fiscalização federal. O funcionário não vai sofrer punição, mas foi advertido que não pode haver flexibilidade na divisa, conforme o presidente da Cidasc. O caso foi comunicado na tarde desta quarta-feira ao Ministério da Agricultura. Driessen quer explicações se está ocorrendo alguma interferência ou liberação do Ministério para as cargas.