| 14/05/2001 21h52min
Depois da polêmica em torno dos sacrifícios sanitários, o governo do Estado do Rio Grande do Sul concordou em matar os bovinos clinicamente doentes nos dois focos de aftosa em Santana do Livramento e Alegrete. O diretor geral da Secretaria da Agricultura, Ângelo Menegat, disse que a decisão foi tomada em respeito à solicitação dos proprietários dos animais e devido à dificuldade de operacionalização da medida por parte de outras entidades. Ainda não há data, porém, para a matança dos exemplares infectados na Estância São Pedro (Livramento) e Agropecuária Combate (Alegrete). Menegat afirma que a eliminação deve ocorrer no menor tempo possível. Os animais deverão ser mortos por rifle sanitário (tiro de espingarda calibre 22), como ocorreu em Jóia, no ano passado. As indenizações aos proprietários, conforme o acordo firmado na sexta-feira, entre secretaria e entidades pecuárias, será pago por um fundo privado administrado pela Federação da Agricultura (Farsul). Menegat destaca, entretanto, que a posição do governo do Estado, contrária á matança, permanece inalterada. A posição do governo gaúcho, que até esta segunda-feira se recusava a eliminar os animais doentes, provocou reação do Ministério da Agricultura. O diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), Rui Vargas, alertou que o Estado poderia ser excluído do Circuito Pecuário Sul e do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa se insistisse em não cumprir o convênio que mantém com o ministério, que prevê o envio de relatório sobre as ações de combate aos focos. Nesta segunda-feira, a Fundação Estadual de Meio Ambiente (Fepam) publicou uma nota esclarecendo que a situação de Alegrete e Livramento é uma emergência, não havendo exigências de autorização formal do órgão para o sacrifício dos animais. O secretário de Santa Catarina, Odacir Zonta, disse que só abrirá as divisas com o Rio Grade do sul se todas as regras sanitárias forem cumpridas. Zonta pretende marcar uma reunião com o secretário da Agricultura, José Hermeto Hoffmann, entre terça e quarta-feira, para discutir o assunto. O Ministério da Agricultura aproveitou para avisar os produtores gaúchos que não faltará vacinas para proteger o rebanho contra a aftosa. O governo federal já autorizou a venda em todo o Estado, e os laboratórios credenciados estão autorizados a abastecer o mercado. Qualquer produtor, associação, sindicato rural, o próprio governo do Estado e prefeituras podem comprar as vacinas. Tire suas dúvidas sobre a doença