| 09/05/2001 12h52min
A proibição de animais vivos e carne com osso do Rio Grande Sul entrarem em Santa Catarina, anunciada neste sábado, já afeta a indústria de abates catarinense. O Frigorífico Pamplona, em Rio do Sul, no Vale do Itajaí, deve reduzir em 40% o abate e admite que há possibilidade de demissão, segundo o diretor industrial Valdecir Pamplona. A empresa comprava 500 animais por semana do Rio Grande do Sul. Por enquanto, a oferta de bovinos de propriedades de Santa Catarina estão suprindo a necessidade da unidade. Mas a preocupação se instalará no final do mês, quando começa a entressafra no Estado. Entre junho e setembro, sem oferta estadual, o Frigorífico Pamplona vai recorrer ao mercado do Centro-Oeste do país. – Começamos a negociar com Mato Grosso do Sul e Goiás – afirma Pamplona. – O problema é que estes Estados vendem carne desossada, o que vai tornar ociosa nossa linha de abate. O diretor industrial explica que se a tendência se confirmar poderá demitir os 120 funcionários que trabalham com no abate do boi. O número representa cerca de 10% dos empregados do frigorífico, que tem mais de 1 mil trabalhadores. A empresa abate 200 animais por dia, entre suínos e bovinos. Pamplona descarta a compra de carne desossada do Rio Grande do Sul, mesmo de criadores fora da zona tampão onde estão os animais que serão vacinados). O industrial teme comprometer a imagem dos seus produtos junto aos consumidores. Outra preocupação da empresa é a possibilidade de aumento nos preços. – Podemos ter que pagar de 5 a 10% mais caro o quilo da carne porque vem desossada. E teremos que repassar este aumento o que pode chegar nas prateleiras – afirma.