| 09/05/2001 07h51min
Estão desesperados os produtores das pequenas cidades gaúchas das barracas do Rio Uruguai, que vendem produção às agroindústrias instaladas no território catarinense. Não há como enviar mercadorias porque a portaria 014, assinada em 5 de maio, fechou Santa Catarina para a entrada de animais, vegetais e derivados do Rio Grande do Sul, onde o vírus da febre aftosa atacou 11 reses em Santana do Livramento. No oeste catarinense, tropas do Exército estão ajudando a defesa sanitária a evitar a passagem dos produtos gaúchos. O problema é mais sério em Itapiranga, uma cidade povoada por imigrantes de Santa Cruz do Sul desde os anos 40. O município é separado do Rio Grande do Sul por um dos trechos mais largos do Rio Uruguai, e ali se localizam as principais agroindústrias de frango, leite, suínos e ração da região. No lado rio-grandense, estão as pequenas localidades de Barra da Guarita, Vista Alegre e Derrubadas. Até aparecer a aftosa, diariamente seus colonos enviavam aos catarinenses 10 mil litros de leite, 3 mil frangos e 2 mil suínos. Prefeitos da região estão se preparando para pedir ajuda ao governo do Estado. Celso Busatto, secretário da Fazenda do município de Derrubadas, diz que a pressão dos agricultores para que as autoridades solucionem o problema é enorme. Hélio Bortuluzze, veterinário do serviço de catarinense, um dos reponsáveis pela barreira sanitária em Itapiranga, lembra que durante o foco de aftosa do ano passado, em Jóia, foram tomadas medidas semelhantes às atuais. Ainda assim, na ocasião, o contrabando aumentou muito na região. • Tire suas dúvidas sobre a doença
CARLOS WAGNER