| 01/04/2004 13h20min
Pouco mais de dois meses após a reforma ministerial, o ministro Aldo Rebelo assumiu definitivamente nesta semana toda a coordenação política do governo Luiz Inácio Lula da Silva. O final do processo que o governo classificou de transição na Casa Civil foi comunicado nesta quinta, dia 1º, pelo próprio ministro aos integrantes do PMDB, convidados para um café da manhã na casa do presidente do Congresso, José Sarney (AP).
Na reforma ministerial, o presidente Lula decidiu dividir as funções da Casa Civil, deixando para o ministro José Dirceu a gestão das políticas de governo e para o ministro Aldo Rebelo, nomeado naquele momento, a coordenação política. Segundo políticos aliados ligados ao Planalto, porém, Dirceu continuava intervindo nas relações entre os parlamentares e o Executivo. Nesta semana, porém, o presidente teria determinado que Dirceu largasse definitivamente essa função.
De acordo com o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), Aldo estava atravessando um período de transição nas funções da Casa Civil.
– Agora ele assume tudo, tem plenitude de suas funções – disse Mercadante após o encontro.
Ele negou que esta decisão de afastar Dirceu da articulação política tenha a ver com suposto desgaste do ministro com o caso do ex-assessor da Casa Civil Waldomiro Diniz. Dirceu foi convidado ao encontro, como uma forma de despedida da função, mas não compareceu.
– Por determinação do presidente Lula, Aldo assume definitivamente a coordenação política e a relação dos partidos com o governo – disse o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL).
Segundo o senador peemedebista, Aldo pensa em chamar outros ministros para ajudar no trabalho de coordenação. Durante o café da manhã, o PMDB também discutiu possíveis alianças com o PT nos Estados para as eleições municipais deste ano e decidiu elaborar uma agenda mais pontual para ajudar o país a se desenvolver, que chamou de "pacto do desenvolvimento".
Essa agenda incluirá projetos a serem votados ainda neste semestre, informou Calheiros. Ele disse também que o presidente Lula pretende receber o partido para um almoço, na próxima semana, quando a agenda será discutida.
As informações são da agência Reuters.