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 | 31/03/2004 13h42min

Bancada do PSDB insiste na criação de CPI do caso Waldomiro

Faltam três assinaturas para a apresentação do requerimento

A bancada do PSDB no Senado decidiu nesta quarta, dia 31, insistir na criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as denúncias do caso Waldomiro Diniz. O requerimento para a instalação ainda depende de três assinaturas para ser apresentado. A decisão foi tomada após as novas denúncias, envolvendo desta vez o subprocurador da República José Roberto Santoro.

Uma nova gravação sobre o caso Waldomiro Diniz mostra que Santoro tentou obter do empresário do jogo Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, o vídeo em que o ex-assessor da Casa Civil pede dinheiro para si e para candidatos a governador.

Logo após a divulgação da fita no Jornal Nacional, da Rede Globo, dessa terça, dia 30, o líder do PSDB na Câmara, deputado Custódio Mattos (MG), sustentou que a fita não joga uma ducha de água fria na oposição e defendeu uma CPI para o caso.

– Fica claro que há jogo de interesse e poder em todas as instâncias e instituições da República e o único local em que há transparência é o Congresso, onde os conflitos são explícitos e onde só uma CPI pode esclarecer os fatos.

A gravação mostra que Santoro insistiu diversas vezes para que Cachoeira lhe entregasse o vídeo, o que não ocorreu. O principal argumento do subprocurador para pressionar Cachoeira era de que seu chefe, Cláudio Fonteles, poderia chegar a qualquer momento. Eram 3h da manhã e Fonteles costuma chegar às 6h, segundo Santoro.

O subprocurador chegou a afirmar que seu chefe não ia gostar de vê-lo, àquela hora, numa tentativa de "ferrar o chefe da Casa Civil da Presidência da República (José Dirceu), o homem mais poderoso do governo, ou seja, para derrubar o governo Lula".

A gravação, segundo o intermediário que entregou a fita à Rede Globo, teria ocorrido no dia 12 de fevereiro, véspera da divulgação da reportagem da revista Época que denunciou Waldomiro, provocou sua demissão e instalou uma crise no governo. Santoro disse ao Jornal Nacional, no entanto, que a conversa ocorreu em 8 de fevereiro.

A intenção do subprocurador, segundo o Jornal Nacional, era obter uma prova lícita diretamente de Cachoeira. Santoro já teria recebido uma cópia do vídeo sobre Waldomiro entregue pelo senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT). A reportagem do Jornal Nacional repercutiu imediatamente no Congresso Nacional. Líderes do governo disseram que a fita mostra que o subprocurador agiu com motivações políticas.

– A fita mostra que houve uma armação que teve como objeto desestabilizar o governo Lula. Mostra um subprocurador da República acochando um criminoso – disse o deputado Professor Luizinho (PT-SP), vice-líder do governo na Câmara.

 

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