| 02/03/2004 21h40min
Em mais uma tentativa de encontrar uma solução para a crise financeira do Estado e acertar as contas com os servidores públicos, o governador Germano Rigotto embarcou na noite desta terça, dia 2, para Brasília para mais uma rodada de negociações com a União. Com pelo menos quatro dias de atraso no pagamento dos funcionários que ganham acima de R$ 1 mil, o objetivo de viagem é só um: trazer dinheiro para o Estado.
Rigotto vai discutir com o ministro dos Transportes, Anderson Adauto, o repasse de cerca de R$ 1 bilhão em ressarcimentos de gastos com estradas federais. O governo gaúcho quer de volta os investimentos que foram feitos pelo Estado na malha rodoviária federal.
A agenda de Rigotto inclui ainda um café da manhã com a bancada gaúcha e audiências com os ministros da Coordenação Política, Aldo Rebelo, e da Previdência, Almir Lando. Com Lando, o governador vai tratar dos créditos previdenciários de servidores que contribuíram para o INSS e se aposentaram pelo Estado. Na última quinta, dia 26, o ministro Aldo Rebello anunciou o pagamento de créditos previdenciários, mas até agora o dinheiro não chegou. Os 57 mil processos já foram encaminhados pelo IPE ao Ministério da Previdência. O governador disse na manhã desta terça que a situação vem se agravando e que ele pretende explicar todo o problema à bancada federal e para os ministros do governo Lula.
Faltam R$ 100 milhões para o governo gaúcho concluir a folha de fevereiro. Segundo Rigotto, se esses recursos não entrarem nos cofres estaduais, o Rio Grande do Sul só vai poder completar a folha no dia 23 de março.
– A inflação, o caixa único, o endividamento e o esgotamento da venda de artigos fazem com que tenhamos dificuldades que em outros tempos não se teve – disse o governador nesta terça, durante a apresentação do balanço do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE),
Para solucionar o problema do déficit que o Estado tem por gastar mais do que arrecada, Rigotto disse que é necessário resolver dois problemas: renegociar a dívida do Estado com a União, que compromete em alguns casos até 18% da receita, e a perda de arrecadação que o Estado tem com a desoneração das exportações.
O governador queixou-se que as exportações do Estado cresceram 31% em 2003, mas a reposição dos créditos do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de mercadorias exportadas e da Lei Kandir estão congeladas e, portanto, a arrecadação caiu.