| 20/01/2004 19h39min
Mesmo com a proximidade da reforma ministerial, sinalizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ocorrer até a próxima quinta, dia 22, os líderes do governo no Congresso evitaram discutir o tema nesta terça, dia 20, com o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu. Os líderes e o ministro tiveram uma reunião de mais de três horas durante almoço no Palácio do Planalto.
Todos saíram dizendo que a reforma ministerial não foi colocada em discussão e que a reunião debateu as prioridades da agenda da convocação extraordinária do Congresso.
José Dirceu deixou claro que o projeto de maior importância a ser apreciado é a chamada PEC paralela da Previdência. Na próxima semana, os líderes querem incluir na pauta a Lei de Biossegurança. Já a tramitação da MP do Setor Elétrico depende de um café nesta quarta da ministra Dilma Rousseff com líderes de bancada.
– A base aliada não trata da reforma ministerial. Isso é assunto tratado com o presidente. Enquanto ele não definir, não está definido. Não é matéria que diga respeito ou esteja ligado às nossas atividades – enfatizou o líder do governo na Câmara, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP).
Entre os participantes, dois cotados como futuros ministros negaram ter recebido o convite do governo. O líder do PSB na Câmara, Eduardo Campos, citado como provável nome para a pasta da Ciência e Tecnologia, negou enfaticamente o convite.
O líder do PMDB na Câmara, Eunício Oliveira, também declarou não ter sido sondado. Ele disse que o PMDB espera paciente uma decisão do presidente.
– Todos os integrantes do PMDB decidimos que vamos esperar a reforma ministerial com muita tranquilidade. É o presidente quem vai dizer o dia, a hora, e o momento em que fará as modificações que achar convenientes – garantiu.
Nem todos, porém, demonstraram paciência com os sucessivos adiamentos da reforma. O vice-líder do governo na Câmara, Beto Albuquerque (PSB-RS), não economizou críticas à "demora" do presidente Lula em tornar público quem deixará ou quem vai permanecer no governo.
– Eu acho que reforma que demora mais de um mês expõe quem entra, quem sai, quem eventualmente poderia sair e quem poderia entrar. Demorar nesse tema não é bom, pode oferecer paralisia em alguns setores", disse.
Na avaliação do vice-líder, abrir espaço para especulações em um tema tão sério como a reforma ministerial pode comprometer a imagem do governo.
– Especulação não é bom em lugar nenhum, que dirá em governo. Eu acredito que o presidente anunciará as mudanças na quinta-feira para acabar o clima de especulação que só prejudica – enfatizou.
As informações são da Agência Brasil.