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Na mesma semana em que o Congresso inicia os trabalhos da convocação extraordinária, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve concluir a reforma ministerial, fazendo as últimas definições sobre quem entra e quem sai, tanto para acomodar o aliado PMDB quanto para acertos administrativos.
– A reforma é sobretudo para incorporar o PMDB no Ministério, que já é um aliado no Congresso e que ainda não se reflete no governo – disses Haroldo de Britto, analista político da Goes Associados.
Britto acrescentou, porém, que as indicações são de que a reforma "também é para dar melhor efetividade ao Ministério, sobretudo na área social''. O governo buscaria, desse modo, melhorar os programas sociais, que tiveram, segundo o analista, um fraco desempenho no ano passado.
Na primeira reforma ministerial do governo, o presidente dá nítidos sinais de que tem dificuldades em lidar com demissões, o que estaria contribuindo para a demora das mudanças no
primeiro escalão do governo. Exemplo disso
é o caso do ministro da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral. Cotado para ser substituído na pasta pelo deputado Eduardo Campos (PE), também do PSB, Amaral não teve sua situação definida mesmo depois de entregar uma carta a Lula colocando o cargo à disposição do presidente.
O que parece já estar definido, segundo declarações do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, é que a dança de cadeiras se dará de uma única vez. Isso depois de o governo cogitar a hipótese de uma reforma em duas etapas – a primeira apenas para acomodar o PMDB e a segunda, em março ou abril, mais ampla, aproveitando a saída de ministros para concorrer às eleições municipais.
Dirceu garantiu que nenhum ministro irá disputar as eleições, o que deve manter no cargo o titular dos Transportes, Anderson Adauto, do PL. Apesar de ter tido uma administração com poucos resultados práticos, ele conta com um defensor forte, o vice-presidente José Alencar, que é do seu partido. O PMDB, que fica com dois
ministérios, entre eles o
das Comunicações, deve aceitar também o da Previdência. O ministro da pasta, Ricardo Berzoini, ainda está com destino indefinido, mas deve mesmo voltar para ao Congresso.
Já o esperado novo ministério da área social, que integraria as pastas da Assistência e Promoção Social e a da Segurança Alimentar e Combate à Fome, deve ficar com o ministro Tarso Genro, hoje secretário-executivo do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. Lula deve ainda manter Ciro Gomes na Integração Nacional, uma vez que o ministro já manifestou sua vontade de permanecer no cargo e concluir a obra de transposição do Rio São Francisco.
O petista Olívio Dutra, Ministro das Cidades, que chegou a ser um dos nomes mais cotados para perder o emprego, também deve permanecer no cargo. A cúpula do PT não considera estratégico deixar a pasta nas mãos de aliados, sobretudo em um ano de eleições municipais.
Com informações da agência Reuters.