| 08/07/2003 21h15min
O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, reforçou nesta terça, dia 8, a expectativa de uma nova redução na taxa básica de juros, a Selic, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para os dias 22 e 23 deste mês. Nesta terça, Palocci afirmou que o principal efeito da decisão do Copom de baixar a Selic de 26,5% para 26%, no mês passado, foi a queda nas expectativas da inflação.
– Se o BC tivesse invertido a curva de juro e os índices de inflação não tivessem acompanhado, eu teria uma notícia ruim para dar agora. Mas quando o BC reduziu o juro, as expectativas de inflação continuaram caindo e ficando abaixo da meta prevista pelo governo para os próximos 12 meses – disse.
As afirmações de Palocci reforçam ainda mais a aposta quase unânime de que os juros vão cair neste mês. Não há consenso, entretanto, sobre o percentual de redução. No mercado fala-se em uma queda de 1 a 2 pontos, enquanto os empresários defendem um corte mais agressivo. Palocci não quis entrar nessa discussão, mas disse que, com a queda do juro, o Brasil já poderá ter uma pauta maior de investimento, discutir mais a oferta de crédito e avançar em programas como o microcrédito.
Mais tarde, ao discursar em uma solenidade no Tribunal de Contas da União (TCU), Palocci disse que não há mágicas a serem adotadas pelo governo para desenvolver o país:
– Há, sim, necessidade de muito trabalho e de muita dedicação. Debater de maneira serena e realizar as reformas necessárias de maneira ordenada. Muitas vezes, somos levados pela idéia de que existem mágicas e ficamos esperando que elas aconteçam ou que os mágicos apareçam.
A solenidade marcou a assinatura do convênio pelo qual o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) vai repassar 50% dos US$ 10 milhões destinados ao programa de modernização do TCU. Os outros US$ 5 milhões virão do próprio tribunal.